segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ainda no post anterior

Ainda para deixar as coisas mais claras, em poucas palavras, o governo resolveu à uns tempos, durante uma reforma geral do serviço nacional de saúde, que deviam ser encerradas alguns serviços de urgência de localidades mais pequenas cujos pacientes seriam reencaminhados para o serviço activo mais próximo...Isto levou a protestos de várias populações de várias localidades. Entretanto, a SIC mostra o video que vos dei o link, que causou ainda mais revolta na população portuguesa contra o serviço nacional de saúde.Entretanto nas reformas internas, próprias desta altura, o governo resolveu substituir a ministra da saúde.A recém-chegada por sua vez resolve despedir o presidente do INEM.

Deixo aqui também um artigo sobre os últimos comentários do bastonário da ordem dos médicos à nova ministra da saúde.

Pedro Nunes foi hoje reempossado
Bastonário da ordem dos Médicos critica fecho de urgências
09.02.2008 - 16h49 Lusa
O Bastonário da Ordem dos Médicos (OM) hoje reempossado, Pedro Nunes, criticou o encerramento de serviços de urgência e apelou para que a ministra Ana Jorge "tome medidas" para "repôr a confiança dos portuguesas no seu sistema de saúde".

"Continua, em Portugal, a tentar passar-se a imagem de que os médicos são um perigoso 'lobby' que se move por interesses inconfessados e essencialmente egoístas, em acintoso desprezo pelo bem público. Continua a acreditar-se que a essência de uma boa política de saúde é decidir no sentido oposto ao sugerido pelos médicos", afirmou Pedro Nunes durante a cerimónia de tomada de posse para o seu segundo mandato.

O Bastonário da OM instou a nova ministra da Saúde, Ana Jorge, para que tome medidas "não no interesse dos médicos - porque isso seria trair as funções que há poucos dias jurou desempenhar com lealdade -, mas que tome medidas ouvindo os médicos".

"Tem a espinhosa missão de repôr a confiança dos portugueses no seu sistema de saúde", salientou Pedro Nunes, insurgindo-se contra o encerramento compulsivo de serviços de urgência por todo o país.

Pedro Nunes frisou, no seu discurso de posse, que "os portugueses estão preocupados e zangados" e que, "apesar de conscientes das dificuldades económicas e da exigência de contenção, não aceitam que não seja prioritário o apoio na doença".

Lembrando a Ana Jorge que os desafios que enfrenta "são tremendos", Pedro Nunes assegurou à titular da pasta da Saúde que "contará com a lealdade, o empenhamento e o esforço" da classe.

"Como médica entenderá melhor a nossa linguagem, como ministra contará, como todos os ministros sempre contaram, com a disponibilidade do nosso saber, a verticalidade da nossa crítica e a vontade do nosso aplauso", disse.

Pedro Nunes defendeu também o Serviço Nacional de Saúde público "como elemento imprescindível e estruturante de um sistema de saúde geral, universal e gratuito que os portugueses exigem da sua pátria".

Empenhado em deixar uma mensagem como responsável da OM, o Bastonário apontou "a independência dos médicos" e prometeu que "a Ordem nos próximos três anos não será uma Ordem neutra, nem vinculada à defesa dos interesses menores de um grupo, mas uma Ordem comprometida com o progresso da sociedade".

Pedro Nunes aproveitou ainda a cerimónia de tomada de posse para colocar na mesa duas propostas de revisão do Código Deontológico, uma elaborada pelo Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médicas e outra elaborada pelo próprio bastonário, com base na proposta do conselho de ética.

"Inicío hoje mesmo e com estes dois documentos o processo que levará à aprovação de um novo Código por toda a classe no dealbar do século XXI. Não estranhem que ele se mantenha fiel aos valores e aos princípios Hipocráticos", disse, concluindo.

Bastonário garante "lealdade" a ministra, mas promete contestação sempre que classe não for ouvida

O bastonário garantiu ainda que a nova ministra da Saúde terá "a mesma lealdade" que o seu antecessor, mas prometeu "criticar na praça pública" as políticas da tutela sempre que a classe não for ouvida. "Nunca pedi na vida a demissão de nenhum ministro nem nunca propus nenhum nome para nenhum cargo, por conseguinte o ministro da Saúde é quem os portugueses quiserem e a doutora Ana Jorge é a legítima representante dos portugueses na pasta da Saúde, como era o professor Correia de Campos", declarou Pedro Nunes depois de tomar posse.

Pedro Nunes disse esperar da actual ministra "inteligência, bom senso e muito trabalho". "Inteligência é quando as pessoas reconhecem que as medidas são erradas; é voltarem sobre os seus passos e dizerem 'eu errei e vou fazer diferente'; o bom senso é as pessoas saberem que para além das medidas que têm que ser tomadas há gente no terreno que vive, sofre, tem dúvidas e se sacrifica, e essa gente tem que ser protegida pelo sistema de saúde", disse o bastonário, numa crítica directa à tutela pelo encerramento compulsivo de serviços de urgência e centros de atendimento permanente.

Pedro Nunes repetiu as suas "preocupações de há um ano atrás", referindo que a aplicação no terreno dos planos de reforma do Governo comportaria "riscos efectivos para as populações". "Neste momento ou se reabrem algumas das coisas que foram fechadas a destempo, ou são reforçadas as medidas de transporte, de apoio e de suporte de modo que não haja falhas no momento da necessidade de apoio à urgência", defendeu.

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